Aumento dos preços dos combustíveis: associações defendem "intervenção" do Governo
No dia em que se espera uma subida acentuada dos combustíveis em Portugal, a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) alertam para o impacto que os aumentos podem ter na economia
Corpo do artigo
Os preços dos combustíveis aumentam esta segunda-feira: o gasóleo simples deve subir até 5,5 cêntimos e a gasolina até 3,5 cêntimos, segundo as previsões do Automóvel Club de Portugal. É a maior subida semanal dos combustíveis desde 2022, mas não tem sido a única.
Em declarações à TSF, Pedro Polónio, presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), lembra que, desde novembro, os preços dos combustíveis têm vindo a aumentar de forma "acentuada" e, por isso, receia que também os preços para os consumidores possam subir. "A única dúvida que há é se o mercado vai permitir aquilo que as transportadoras têm de fazer por uma questão de sobrevivência, que é passar o aumento dos custos para os clientes", refere.
A subida dos preços é justificada com o aumento registado no preço do barril de petróleo Brent, que serve de referência ao mercado em Portugal e com a desvalorização do euro. No entanto, o presidente da ANTRAM defende que "o Governo português deve intervir, à imagem do que já fez em 2022 quando começou a guerra na Ucrânia, porque é um custo que atravessa a população e é importante que as pessoas tenham dinheiro ou caso contrário a economia vai ficar cada vez mais desacelerada".
Também ouvida pela TSF, Mafalda Trigo, vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), considera que devem existir mudanças nos impostos devido à subida de preços. "Nós pensamos que, da mesma maneira que quando houve uma baixa no início do ano, o Governo acabou por fazer uma compensação aumentando o imposto, agora podia fazer o exercício inverso, baixando o imposto na proporção do aumento das cotações internacionais", sublinha.
A vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis mostra-se preocupada com a perda de clientes para Espanha, onde os combustíveis são mais baixos. "Começamos a ver o preço a ficar cada vez mais díspar entre Portugal e Espanha, acabamos por perder clientes e perdemos litros de venda. E ao perdermos litros de venda, também estamos a pagar menos impostos, o que significa que o país também está a ter menos receitas", alerta Mafalda Trigo.
