O presidente da Câmara de Viana do Castelo pediu, esta sexta-feira, uma reunião «com carácter de urgência» ao novo ministro da Defesa para abordar a situação dos estaleiros navais.
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José Maria Costa anunciou «disponibilizar os serviços do município para serem uma parte positiva na construção de uma solução» para o maior construtor naval do país, empresa detida totalmente pelo Estado e que se prepara para despedir 380 pessoas.
«Precisamos de serenidade. Precisamos de encontrar um plano para a empresa, que seja socialmente justo, e encontrar soluções discutidas com os trabalhadores e com a comunidade», reclamou ainda o autarca socialista, em declarações aos jornalistas à porta das instalações dos estaleiros.
Esta semana, a administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) anunciou uma reestruturação envolvendo a saída de 380 dos 720 trabalhadores da empresa, como forma de «reduzir os custos fixos».
A empresa apresenta um passivo acumulado de 200 milhões de euros e em 2010 registou prejuízos de 40 milhões de euros.
Em conflito com os trabalhadores e denunciando alegadas tentativas de agressão por parte destes, Carlos Veiga Anjos, presidente do Conselho de Administração da empresa, anunciou a sua demissão três dias depois de conhecidos os despedimentos.
O autarca de Viana espera uma reavaliação, por parte do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, deste plano.
«Estou certo que o Governo vai ser sensível a este problema porque esta é uma indústria de interesse nacional mas que também está na raiz da própria cidade e que é essencial preservarmos», salientou José Maria Costa, assumindo que o concelho «não tem condições» para absorver estes despedimentos.
«Vou apelar a uma reavaliação, por parte do novo Governo, daquilo que é o potencial da empresa, daquilo que os estaleiros navais deram e ainda podem dar ao país», concluiu José Maria Costa.