Autarcas querem diálogo, decisões e rapidez na renegociação das concessões rodoviárias
Os autarcas do Alentejo e do Algarve criticam o Ministério da Economia pelo silêncio e falta de decisões quanto à paragem das obras nas concessões rodoviárias entregues a Tecnovia, uma das maiores empresas da construção civil, que se prepara para suspender os contractos de 330 funcionários alegando falta de trabalho.
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O presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, acusa o Governo de incapacidade para resolver os problemas e lamenta a demora na renegociação das concessões rodoviárias.
«A renegociação da concessão já está a ser feita há mais de um ano e os concessionárias estão a chegar a um ponto em que não conseguem continuar com a obra, se esse processo não se concluir rapidamente. Portanto para nós isto é uma notícia muito triste que revela da parte do Governo uma incapacidade para resolver esta situação que prejudica não só a região mas todo o país», referiu.
Jorge Pulido Valente também se queixa do silêncio e da falta de informação por parte do secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas, apesar de já terem pedido várias vezes a Sérgio Monteiro que receba os autarcas alentejanos.
A TSF ouviu também Macário Correia, presidente da Câmara de Faro, que reforçou a necessidade de mais diálogo e confessou que gostava de ver os autarcas algarvios envolvidos na procura da solução.
«Tem que haver diálogo dos bancos com as empresas e por sua vez do concessionário, que representa as empresas construtoras, com o Estado. Esses diálogos, ao que parece, não têm sido eficazes e nós autarcas que estamos também ansiosos de ter uma explicação de tudo isto», declarou Macário Correia.
«Esperamos que haja uma conclusão muito breve e que seja no sentido da retoma dos trabalhos, até porque há questões que têm a ver com a economia regional, com o turismo e há [ainda] a questão social. Numa altura em que há tanto desemprego nesta região, despedir ou por em lay-off centenas de pessoas é obviamente grave», alertou.
Macário Correia deixou também em destaque que a dimensão do Ministério da Economia só prejudica a agenda e o trabalho de Álvaro Santos Pereira neste caso em concreto mas também na resolução de outros assuntos.