Em entrevista à TSF, Manuel Pizarro admite que "vai dar muito trabalho" baixar a fatura dos medicamentos ao nível do PIB.
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Os preços dos medicamentos mais baratos vão aumentar 5% para facilitar o acesso aos fármacos e evitar situações de rutura, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Saúde, que vai avançar até junho com um conjunto de medidas nesta área.
O ministro da saúde, Manuel Pizarro, admite, em entrevista à TSF, que "vai dar muito trabalho" baixar a fatura dos medicamentos ao nível do PIB.
Manuel Pizarro traça os vários caminhos para chegar atingir um objetivo: garantir que não faltam medicamentos nas farmácias sem aumentar os gastos do Estado e dos cidadãos.
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Do que já foi acordado com a indústria farmacêutica, os medicamentos mais baratos vão poder subir entre 2 e 5%, já os mais caros, "de custo excessivo", terão de baixar ao longo do ano. Só falta encontrar uma fórmula que a indústria aceite, mas os alvos são os fármacos que entraram no mercado para um uso restrito, mas acabaram a ser receitados por muitos médicos.
Manuel Pizarro não se tem cansado de repetir que é "incomportável" o ritmo do crescimento da despesa com medicamentos no país, "10 por cento ao ano". O ministro não se compromete com metas "porque não podemos prever que medicamentos inovadores irão aparecer no mercado", mas admite que o ideal será manter o limite destes gastos dentro do que for o crescimento da riqueza do país.
Os problemas na produção e distribuição de medicamentos têm afetado de forma transversal os países europeus, com reporte público de situações de indisponibilidade de fármacos, correspondentes a casos em que se torna mais difícil acomodar os efeitos da inflação e em que existe o risco de estes produtos serem retirados do mercado.
"Esta é uma medida que nós esperamos que ajude a diminuir as carências que temos sentido", sublinha Manuel Pizzaro.
A TSF contactou a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e aguarda resposta.