Baixo Mondego. Agricultores dizem que se "conseguiu pouco" na reunião com ministra, mas deixam Coimbra

A reunião entre os agricultores do Baixo Mondego e a ministra do setor, Maria do Céu Antunes, já terminou, com a governante a propor visitar a região na próxima semana e os manifestantes a decidirem deixar Coimbra.

Uma delegação de seis agricultores, em representação dos manifestantes, participou hoje à tarde numa reunião, por videoconferência, que se prolongou por mais de duas horas e meia, com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que se comprometeu com o avanço da construção da barragem de Girabolhos em Seia (distrito da Guarda).

A governante também acedeu a discutir no terreno questões específicas como as culturas do milho e do arroz no Baixo Mondego, aquando da sua deslocação à região, na próxima semana, em dia a anunciar.

João Grilo, porta-voz do movimento de agricultores e que participou na reunião, disse que, segundo a ministra, Portugal, tal como França, também pretende a revisão do acordo da União Europeia com o Mercosul, questão que faz igualmente parte do caderno reivindicativo dos agricultores.

"Para a semana, se vocês quiserem, a ministra vem cá ter uma reunião connosco e para discutir aqui estas questões para ver como se há de ultrapassar, desde a questão do pousio dos 4%, desde a questão da rotação de culturas e da quantidade da semente do arroz certificado que somos obrigados a comprar a para semear", disse João Monteiro Grilo, porta-voz do movimento, aos manifestantes.

Os agricultores consideram que esta reunião não foi tão produtiva quanto gostaria, mas têm esperança quanto à próxima.

"Vem cá fazer uma visita, por isso é que nós submetemos a todos, porque tem de ser uma decisão de todos. Conseguiu-se pouco, mas a vinda dela cá pode-se conseguir mais. Mas o que se conseguiu mais foi esta união", disse o porta-voz dos agricultores à RTP.

O encontro desta sexta-feira entre os agricultores e a ministra foi realizada à distância e durou várias horas.

Antes de começarem a abandonar a avenida Fernão de Magalhães, na Baixa de Coimbra, onde se concentraram, as cerca de duas centenas de manifestantes aplaudiram a atuação das forças de segurança (PSP e GNR) durante o protesto.