Em resposta a um requerimento do Bloco de Esquerda, o Banco de Portugal admite que os activos do BPP, dados como garantia do empréstimo de 450 milhões, podem não ser recuperados.
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A execução dos activos do Banco Privado Português (BPP), dados como garantia no empréstimo de 450 milhões de euros de um consórcio bancário e que teve o aval do Estado, não é certa, admite o Banco de Portugal (BdP) em resposta a um requerimento do Bloco de Esquerda.
O regulador lembra que os activos dados como contra-garantia valiam 672 milhões de euros mas acrescenta que o valor dos mesmos, em caso de efectiva execução, está sujeito a muitas incertezas.
Em reacção a esta resposta do BdP, o bloquista José Guilherme Gusmão considerou que «o Estado vai entrar já com os 450 milhões do empréstimo, cuja garantia já foi accionada pelos bancos privados, mas não sabe quando ou quanto desses 450 milhões conseguirá recuperar com a alienação dos activos do BPP».
«Portanto, o Governo e o Banco de Portugal estiveram a enganar a Assembleia da República sobre esta matéria», acusou.
Por isso, José Guilherme Gusmão garantiu à TSF que o Bloco de Esquerda vai «confrontar o ministro das Finanças com aquilo que diz o Banco de Portugal e saber que medidas tomará se se vier a verificar que não é possível, no curto prazo, concretizar essas contragarantias de forma a suprir a totalidade do empréstimo que foi realizado».
Com esta resposta do BdP, o Bloco de Esquerda considera que cai por terra a garantia do Governo de que os contribuintes nunca seriam chamados a pagar o empréstimo de 450 milhões de euros do BPP.