No relatório semestral de estabilidade financeira, publicado esta terça-feira, o Banco de Portugal (BdP) sublinha que “acrescem os riscos associados a eventuais atrasos na execução dos fundos europeus”
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O atraso decorre de “um cenário de maior incerteza no processo de decisão política, no quadro de um novo modelo de regras orçamentais europeias, que colocarão novos desafios à condução da política orçamental”.
O relatório adianta que “a execução financeira do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e dos restantes fundos europeus, assim como a redução gradual da restritividade das condições monetárias e financeiras beneficiarão também a atividade económica. Neste quadro, o mercado de trabalho deverá manter uma posição favorável, projetando-se acréscimos de emprego”.
Este cenário não pode ser comprometido, na opinião do Governador do BdP, Mário Centeno, “é preciso ter cautela com riscos de possível quebra do mercado de trabalho” e por isso, “proteger o mercado de trabalho daria muito conforto a todos”.
O BdP adianta, em síntese, que “no último semestre, observou-se uma redução das vulnerabilidades em resultado da melhoria das condições económicas”.
Mas, “uma eventual deterioração das condições macroeconómicas que potencie correções abruptas nos preços dos ativos financeiros pode exacerbar os riscos para a estabilidade financeira. Um quadro de deterioração das condições económicas, potencia reduções de valor de ativos e agravamento do serviço da dívida dos setores residentes”.