Veiga apresentou a única proposta de compra. Regulador justifica opção com a proteção da reputação do Novo Banco. Instituição liderada por Stock da Cunha não desiste de vender o banco em Cabo Verde.
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O Banco de Portugal impediu o Novo Banco (NB) de vender a José Veiga o Banco Internacional de Cabo Verde (BICV), justificando a opção com a "proteção reputacional" da instituição herdeira do antigo BES. A proposta de José Veiga foi a única apresentada ao NB.
O empresário pediu autorização para adquirir ao Novo Banco a totalidade das ações do BICV (ex-Banco Espírito Santo de Cabo Verde), mas o regulador anunciou em comunicado que decidiu inviabilizar a compra face à "existência de investigações relacionadas com a operação".
O Novo Banco também já reagiu, afirmando em comunicado que conduziu o processo de venda do BICV de forma "ordenada, transparente e de acordo com um modelo competitivo e não discriminatório." Nesse processo, explica a instituição, "foram contratados assessores financeiros e legais, contactados quase duas dezenas de potenciais compradores, assinados acordos de confidencialidade e considerada a única proposta obtida, de uma forma diligente e para obter o máximo retorno para o NB."
A instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha garante ainda que "vai continuar a executar os seus trabalhos de reestruturação, onde também se inclui o desinvestimento no BICV."
José Veiga está em prisão preventiva desde 8 de fevereiro por suspeita dos crimes de corrupção, tráfico de influências e participação em negócio.