Álvaro Santos Pereira defende um alargamento do programa de mobilidade e encontros "várias vezes ao ano"
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O governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, defendeu esta segunda-feira o aprofundamento da relação de cooperação entre os bancos centrais lusófonos, um alargamento do programa de mobilidade e encontros "várias vezes ao ano".
"Defendo um compromisso do reforço da cooperação entre bancos centrais, quero aprofundar o relacionamento no quadro dos bancos centrais lusófonos, porque já muito se faz, mas há muito mais para fazer, desde logo reuniões mais regulares ao mais alto nível para debater e partilhar experiências", disse Álvaro Santos Pereira, na abertura do XXXV Encontros dos bancos centrais de Língua Portuguesa.
Na abertura do evento, esta segunda-feira, em Lisboa, Santos Pereira propôs "encontros várias vezes ano, quer em Washington, durante os Encontros Anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), quer rotativamente” nos diferentes países, argumentando que o objetivo é seguir o modelo dos encontros do G20 ou do G7.
"Não há razão para não o fazermos no mundo da lusofonia, porque isso vai dar ainda mais força e influência na economia internacional e no mundo da diplomacia internacional, partilhando mais as nossas experiências nos nossos países", disse o governador, deixando o convite para um jantar de trabalho em Washington na próxima primavera, "para começar estas reuniões".
Entre os temas em cima da mesa, Santos Pereira enumerou a estabilidade de preços, a literacia financeira, a informalidade das economias, o aumento da bancarização, o combate à fraude, a partilha de experiências de supervisão e lições da evolução bancária.
Além de encontros mais regulares, Santos Pereira defendeu também um alargamento do programa de mobilidade interna entre os funcionários dos bancos centrais, aumentando os prazos, mas diminuindo os temas.
"É chegada a hora de aumentar substancialmente os programas de mobilidade entre bancos centrais, que é muito importante para nós; se é inequívoco que o programa foi um passo importante, ele pode e deve ser melhorado, porque é centrado numa curta duração e focalizado em demasiados projetos, e queremos alargar para 1 ou 2 anos e melhorarmos para menos projetos e áreas, porque assim vamos melhorar a atratividade deste programa de mobilidade entre colaboradores dos nossos bancos centrais", disse o governador.
Na intervenção que deu início aos trabalhos, Santos Pereira defendeu também o aumento do número de "seminários virtuais para debater previsões económicas e para as equipas apresentarem estudos e trabalhos de investigação" e o aprofundamento da formação em estatísticas.
Os Encontros de Lisboa começaram em 1991, e desde então o Banco de Portugal já promoveu mais de 3.700 iniciativas de cooperação, dois terços das quais nos bancos centrais lusófonos, entre as quais estão conferências, encontros setoriais, assistência técnica e estágios, sendo que só no último ano foram feitas 160 ações de cooperação que envolveram 1400 pessoas de 45 parceiros institucionais.
