
Carlos Costa
O governador do Banco de Portugal disse hoje que espera que o mercado bancário português possa atrair «investidores estratégicos» assim que entrar numa fase de normalização da sua atividade.
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O responsável máximo pelo supervisor bancário está hoje a ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, numa sessão que marca o arranque de várias audições sobre as recapitalizações que foram feitas nos bancos portugueses com dinheiro público.
No memorando de entendimento assinado entre Portugal e a 'troika' (composta pelo Fundo Monetário Europeu, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) foram destinados 12 mil milhões de euros para o setor financeiro.
Desta linha, o Estado concedeu um empréstimo obrigacionista de 3.000 milhões de euros ao BCP (através da subscrição das chamadas 'CoCo bonds') e de 1.500 milhões de euros ao BPI. No caso do banco liderado por Fernando Ulrich, este já reembolsou o Estado em 300 milhões de euros e anunciou, na quarta-feira, a intenção de devolver mais 200 milhões de euros.
Já este ano, o Estado entrou com 1.100 milhões de euros no Banif, mas neste caso além das obrigações de capital contingente, subscreveu ações, ficando como acionista maioritário da instituição.
Assim, no total, ao abrigo da linha da 'troika', foram gastos 5.600 milhões de euros no sistema financeiro português.
Ainda em 2012, o Estado investiu ainda 1.650 milhões de euros na recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas neste caso enquanto seu único acionista, ou seja, este capital não saiu da linha disponibilizada pelos credores externos.
Também o BES e o Montepio conseguiram reforçar capital recorrendo aos seus acionistas.