Banco Europeu de Investimento dá «garantia de carteira» de 2.800 milhões a Portugal
O Governo português e o Banco Europeu de Investimento (BEI) assinaram em Lisboa contratos de crédito, incluindo a extensão de uma «garantia de carteira» de 2.800 milhões de euros a Portugal.
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A carteira de crédito abrangida por esta garantia pode chegar a 6.000 milhões de euros, abrindo assim a possibilidade de o BEI alargar em mais 1.000 milhões de euros a sua exposição a Portugal.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e o presidente do BEI, Werner Hoyer, anunciaram ainda a disponibilização de mais uma tranche de 450 milhões de euros em empréstimos a Portugal no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Estes 450 milhões de euros vão servir para «financiar investimento produtivo, com prioridade ao setor transacionável», afirmou Gaspar. Este crédito servirá para o financiamento da contrapartida portuguesa em projetos cofinanciados com fundos estruturais da União.
O ministro - que discursou em inglês - destacou contudo a «ideia muito inovadora» da garantia de carteira: «Vai garantir só as operações que o BEI desenvolvia em Portugal [que ascendem a 5.000 milhões de euros], e que tinham problemas de garantia, dada a deterioração notação crédito bancos português. Vai permitir também a expansão da atividade do BEI em Portugal, no montante de 1.000 milhões euros.»
Gaspar, que se escusou a responder a perguntas da imprensa sobre outros temas, frisou que estes contratos «têm uma importância macroeconómica muito significativa», perante a «fragmentação dos mercados financeiros».
Na cerimónia de assinatura dos contratos estiveram ainda outros governantes, entre os quais o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira e a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque. Também presente esteve Fernando Ulrich, presidente do banco BPI, que se referiu à possibilidade de mais 1.000 milhões de euros serem injetados na economia graças à garantia de carteira.
«Esses mil milhões de euros chegarão primordialmente através de acordos que o BEI assinará com bancos portugueses, que depois farão empréstimos a pequenas e médias empresas», disse Ulrich, à margem da cerimónia. O banqueiro acrescentou que «será assinado muito em breve um acordo com um banco português».
O BEI é uma instituição de crédito da União Europeia vocacionada para o financiamento de projetos a longo prazo. Em 2009, o seu capital ascendia a 232 mil milhões de euros.