Os bancos portugueses devem aumentar a venda de créditos face ao crescente interesse dos investidores, de acordo com a consultora PwC, que estima que as instituições europeias vão vender 50 mil milhões de euros, nestas carteiras só este ano.
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Segundo o estudo, apesar de as transações destes ativos dos bancos já se ter vindo a intensificar, a venda dessas carteiras de crédito vai continuar por muitos anos.
A necessidade de os bancos europeus iniciarem o processo de desalavancagem (desendividamento) vai levar, segundo o estudo, a que os bancos vendam carteiras de crédito no valor de 50 mil milhões de euros este ano (acima dos 30 mil milhões de 2011) e 500 mil milhões entre cinco a 10 anos.
Segundo a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC), atualmente os bancos europeus têm nos seus balanços mais de 2,5 biliões de euros em empréstimos considerados 'non-core' (não essenciais) que, provavelmente, serão os primeiros a ser vendidos.
Estes dados, estimados pela PwC, baseiam-se num inquérito a 50 grandes investidores ativos neste mercado, que revelam a intenção de aumentar os seus investimentos.
«O Reino Unido, a Alemanha e a Espanha vão continuar a dominar o mercado nas vendas de carteiras de crédito», segundo o estudo, que adianta que também novos mercados deverão atrair as atenções dos investidores, caso da Irlanda e de Portugal.
Portugal é um dos destinos para onde os investidores vão olhar com mais atenção para a compra de créditos, face às necessidades de os bancos cumprirem metas de desalavancagem, como a redução do rácio de transformação de depósitos em crédito para no máximo 120 por cento até 2014.
Num momento de falta de liquidez na Europa, a banca deverá optar por vender carteiras de crédito em projetos como os de infraestruturas, de modo a ter folga para ceder empréstimos ao seu 'core business', caso das empresas.
Os investidores inquiridos pelo estudo esperam que a venda das carteiras de crédito atinja o pico em 2013, depois de tanto em 2011 como este ano a injeção de liquidez pelo Banco Central Europeu (BCE) ter proporcionado um alívio temporário para os bancos europeus.