Banif. 420 antigos funcionários perdem emprego quando Santander concluir fusão
Antigos colaboradores do Banif que passaram para a Oitante podem ficar sem emprego quando o banco espanhol terminar a migração dos sistemas informáticos da antiga instituição portuguesa.
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Miguel Barbosa, antigo representante do Estado no Banif (e agora presidente do veículo financeiro criado para absorver ativos, incluindo alguns tóxicos, que o Santander rejeitou na negociação com o Banco de Portugal) garante que vai fazer tudo para proteger os 420 antigos trabalhadores da instituição portuguesa que estão na Oitante. "Estamos a reorganizar o máximo possível dos ativos que temos e tentar preparar um processo estruturado de venda desses ativos que englobe a componente de recursos humanos", afirmou na Comissão Parlamentar de Inquérito à resolução do Banif.
Barbosa explicou que os mais de 500 trabalhadores que transitaram para a Oitante (entretanto, devido a muitas saídas por vontade própria, estão agora cerca de 420) foram sobretudo quadros dos serviços centrais do Banif.
Essas pessoas continuam, hoje, a fazer exatamente o mesmo serviço, necessário para a operação da chamada "rede Banif" do Santander: o antigo conjunto de balcões do Banif que ainda trabalha com o mesmo sistema informático.
Uma "situação transitória", explicou Miguel Barbosa, "até que o Santander migre os sistemas de gestão de informação para os seus próprios sistemas". "À medida que esse processo vai sendo conduzido, a razão de ser desse suporte desaparece", revelou.
Nessa altura, "haverá alguns que encontram vias profissionais alternativas, outros que entrarão em rescisões por mútuo acordo, e outros que terão de terão de encontrar alternativas", alertou.
Ouvido pela TSF, Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas lembra que havia um compromisso e uma garantia por parte do Governo de que os postos de trabalho estavam assegurados e de que os trabalhadores eram necessários.
Rui Riso garante que vai pedir mais esclarecimentos, mas deixa desde já o lamento de que, por questões de migração informática, alguns trabalhadores venham a perder o emprego.