Banif gastou 6,5 milhões de euros em consultoria com processo de recapitalização
Os custos do Banif com consultadoria e auditoria no âmbito do processo de recapitalização ascenderam a cerca de 6,5 milhões de euros, revelou a instituição financeira.
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Na divulgação de resultados relativos a 2012, o banco fundado por Horácio Roque justifica o prejuízo consolidado de 576,4 milhões de euros, com a conjuntura e com ajustamentos contabilísticos extraordinários relacionados com as ações de inspeção especiais realizadas no âmbito do processo de recapitalização, através do qual o Estado passou a ser o maior acionista.
Na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, na sexta-feira, o presidente do Banif, Jorge Tomé, disse que o Estado português vai ganhar no total 320 milhões de euros com o investimento que fez no banco, através de dividendos e de juros.
O Estado injetou 1.100 milhões de euros no banco para o recapitalizar.
Ainda na comissão de inquérito, Jorge Tomé disse que os dois acionistas de referência do banco - Rentipar, 'holding' detida pelas filhas de Horácio Roque, e pelo grupo Auto-Industrial - "já se comprometeram" com o aumento de capital acordado entre a entidade e as autoridades públicas, a realizar-se até junho.
No memorando de entendimento assinado entre Portugal e a 'troika' (Fundo Monetário Europeu, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) foram destinados 12 mil milhões de euros para o setor financeiro.
Foi a esta linha que o Estado foi buscar os 1.100 milhões de euros que injetou no Banif. Destes, 700 milhões de euros foram usados na compra de ações especiais do banco e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em ações (as chamadas 'CoCo bonds'), pelo que o Estado é agora dono de 99,2% das ações do Banif e de 98,7% dos direitos de voto.
O Estado ficará como acionista maioritário da instituição pelo menos até junho, quando esta deverá levar a cabo um aumento de capital destinado a acionistas privados de, pelo menos, 450 milhões de euros. Se essa meta for cumprida, o Estado reduzirá então a sua participação para 60,6% das ações e 49,4% dos direitos de voto, regressando o controlo do banco para mãos privadas.