Ao mesmo tempo que dizia ao Governo para garantir a viabilidade do Banif, o governador do BdP terá sugerido ao BCE que limitasse o acesso do banco português a dinheiro. Governo quer "justificações".
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A informação, conta o Público, consta de uma ata enviada ontem pelo Banco de Portugal para a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif.
Essa ata de três páginas, nem todas legíveis, é o resumo, oficial, da reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, que decorreu em Frankfurt, a 16 de dezembro e na qual Carlos Costa.
Numa das alíneas desse documento, lê-se que "o Conselho de Governadores [do BCE] aprovou a proposta submetida pelo Banco de Portugal para limitar o acesso do Banif a operações reversíveis de cedência de liquidez do euro-sistema, por razões de prudência."
O Público adianta que ninguém fora do Banco de Portugal, sabia desta iniciativa do regulador.
O BdP assegura já hoje que quando sugeriu ao BCE o corte do financiamento normal ao Banif poucos dias antes da resolução seguiu todas as regras e propôs também o acesso ao financiamento de emergência em condições favoráveis ao banco.
Questionado pelo Público, o secretário de Estado adjunto das Finanças, afirmou que "não tive conhecimento dos fundamentos desta decisão" de Carlos Costa.
Ricardo Mourinho Félix considera esta "uma falha de informação grave do Banco de Portugal", acrescentando que "espera que o Banco de Portugal tenha uma justificação para esta proposta tanto mais que, simultaneamente, me pedia nessa altura para encontrar forma de suprir as necessidades de liquidez do Banif.
Durante esse mês de dezembro, Governo e BdP estavam a trabalhar em conjunto numa solução a ser adotada para o banco, com as instâncias europeias que tinham poder na matéria.
Contactado pela TSF, o Partido Comunista diz que já tinha confrontado Carlos Costa sobre este assunto e sublinha que há uma contradição entre o que o Governador do Banco de Portugal disse na Comissão de Inquérito e o que agora é revelado na ata do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu.
Miguel Tiago, deputado comunista diz que o partido está a ponderar pedir esclarecimentos ao BdP.