Banif terá pelo menos uma proposta concreta de compra

Ao que a TSF conseguiu confirmar, junto de fonte ligada ao processo, esta sexta-feira chegará pelo menos uma proposta ao banco liderado por Jorge Tomé, sendo certo que já é assumido que o valor vai ser bastante inferior ao que estava a ser equacionado antes das notícias de domingo.

No início da semana, o banco confirmou a existência de seis interessados na compra, da Europa e dos Estados Unidos. Desse lote, têm surgido com insistência os nomes dos espanhóis Santander e Popular, e do fundo norte-americano Apollo, que comprou a Fidelidade ao Novo Banco.

Fonte ligada ao processo justificou a suspensão das ações na bolsa de Lisboa com a forte especulação à volta do título, e admitiu que esse era um cenário equacionado há já alguns dias.

A mesma fonte afirma ainda que os interessados na compra pediram mais tempo para análise, depois das notícias de domingo, que davam conta de uma resolução iminente do Banif. Aos olhos de potenciais investidores, o risco aumentou, daí a necessidade de maior cautela na apresentação de propostas. Na prática, este tempo para análise significa apenas que as propostas vão ser revistas em baixa.

Uma outra fonte ligada ao processo, contactada esta tarde pela TSF, diz esperar que o Estado esteja disposto a negociar e a encaixar algumas perdas. A esta altura, o Estado detém 60,5% do Banif correspondentes a uma injeção de 700 milhões de euros, e o banco ainda não devolveu 125 milhões correspondentes a um empréstimo do Estado que pode ser convertível em ações por falta de pagamento (CoCos).

Ao que a TSF apurou, do lado do governo, o cenário de resolução ainda não está afastado, até porque será preciso avaliar as propostas de compra. Mesmo com baixo valor, o executivo socialista terá de pesar bem qual será a saída com menos custos para o Estado - resolução, ou venda a preço de saldo. A esta altura, uma coisa é certa, essa decisão terá de ser tomada até amanhã ao final do dia.