
Direitos Reservados
Os banqueiros portugueses estão hoje em Bruxelas para discutir com a Comissão Europeia os planos de reestruturação dos bancos e as ajudas que as instituições financeiras receberam do Estado.
Corpo do artigo
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, disse à agência Lusa que os presidentes dos principais bancos vão-se encontrar, hoje à tarde, com o comissário europeu do Mercado Interno, Michel Barnier, para uma «reunião de trabalho», em que vão abordar a «situação global do sistema financeiro português», assim como «os processos de recapitalização das instituições bancárias e todos os projetos de regulação e supervisão bancária em que a banca portuguesa colabora muito ativamente».
O responsável disse ainda que os banqueiros irão falar com o comissário europeu sobre a união bancária e sobre os diplomas que estão a ser preparados no âmbito da Autoridade Bancária Europeia (APB), nomeadamente o 'single rule book', um «manual de regras comuns para todo o sistema bancário europeu».
Fonte do setor bancário disse à Lusa que, para além do comissário europeu, os banqueiros vão ainda reunir-se com técnicos da Direção Geral da Concorrência sobre os planos de reestruturação que os bancos intervencionados pelo Estado estão a negociar com Bruxelas.
Os banqueiros que se deslocam a Bruxelas são os presidentes do BCP, Nuno Amado, do BES, Ricardo Salgado, do BPI, Fernando Ulrich, da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, e ainda o presidente do Banif, Jorge Tomé. Estará ainda hoje em Bruxelas o presidente da Associação Portuguesa Bancos (APB), Faria de Oliveira.
A visita ocorre numa altura em que as autoridades portuguesas discutem com a Comissão Europeia - mas ao nível da Concorrência - o plano de reestruturação dos bancos que beneficiaram de ajudas estatais, designadamente CGD, BCP, BPI e Banif.
Em 2012, o Estado injetou 4.500 milhões de euros no BCP e no BPI para os recapitalizar, e, já este ano, 1.100 milhões no Banif, no qual ficará como acionista maioritário, pelo menos, até junho. O Estado investiu ainda 1.650 milhões de euros na CGD, neste caso enquanto seu único acionista.
Somando os valores que o Estado já decidiu injetar no Banif, BCP e BPI, no total, ao abrigo da linha da troika, já foram gastos 5.600 milhões de euros no sistema financeiro português, a que se soma o valor investido na CGD.