Rui Leão Martinho entende que intenção do governo de criar uma nova entidade acima do Banco de Portugal, CMVM e Autoridade dos Seguros não faz sentido.
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O bastonário da Ordem dos Economistas critica a intenção do governo, que no novo modelo de supervisão financeira vai retirar poderes ao Banco de Portugal (BdP), à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), passando-os para o novo Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira.
Entrevistado na TSF e Dinheiro Vivo, Rui Leão Martinho afirma que "não faz sentido que não tenhamos um organismo como é por exemplo a Autoridade dos Seguros que sabe daquela matéria, e que vê os seguros e os fundos de pensões dentro da sua especialização e que não tenhamos o Banco de Portugal com a banca. O mercado de capitais também merece uma autoridade."
E se houver matérias que cruzem a tutela de mais de um deles (um dos argumentos para criar a nova entidade, que coordenará a atividade dos reguladores), "resolve-se entre as instituições de supervisão", garante. Por isso, o bastonário defende que "as três unidades devem manter-se".
Leão Martinho sugere no entanto que o já existente "Conselho de Supervisão Financeira pode ser bem trabalhado, no sentido de ser mais atuante, mais coordenador e mais ativo". "Mas tirando isso", assegura, "é bom deixar a Autoridade dos Seguros funcionar por si, o banco central funcionar como uma extensão do Banco Central Europeu mas com as características do tecido bancário português e o mercado de capitais com a CMVM, como está".
Leia aqui a entrevista integral ao bastonário da Ordem dos Economistas.