Rui Leão Martinho pede estabilidade fiscal e na lei laboral só possível com consenso entre os dois maiores partidos e até extensível a outras forças partidárias.
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O bastonário da Ordem dos Economistas elege a atração de investimento estrangeiro como prioridade e defende um consenso entre PS e PSD para garantir estabilidade fiscal e na legislação laboral, mas afirma que idealmente essa espécie de pacto de regime deveria ser alargada a outras forças partidárias.
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Entrevistado na TSF e Dinheiro Vivo, Rui Leão Martinho afirma que o investimento estrangeiro pode ajudar a garantir a continuação do "modelo social que já escolhemos há muitos anos", e que "podemos manter um serviço de saúde, que podemos manter a educação, nomeadamente as escolas primárias, básicas e secundárias a trabalhar bem e a preparar os alunos para o futuro, seja para irem para a universidade seja para se dirigirem para estudos mais profissionalizados".
Mas para isto, alerta, só será possível "se criarmos riqueza" e para que o crescimento económico país vá além dos 2,2% ou 2,7%, "temos de abrir a economia sem perdermos a nossa identidade". "Quando falamos de atração de investimento estrangeiro", sublinha, "todos estão a concorrer. Está a Irlanda, está a Bélgica, estão todos. Nós temos alguma vantagem, e temos esta ponte para os países de língua portuguesa, e isso conta muito quando o investidor vem de outros países europeus onde essa facilidade de fazer contactos e negócios é menor.
E para estimular a confiança dos investidores, Leão Martinho defende um consenso político entre o PS e PSD, que idealmente até deveria ser alargado a outras forças: "acho que até deveria ser alargado o mais possível", sustenta, afirmando no entanto que socialistas e social-democratas são "dois parceiros muito importantes ao longo destes 44 anos de pós-25 de abril, e seria importante, para além das questões que foram abordadas e que tiveram algum consenso entre essas duas forças, olhar para esta questão que está ligada ao crescimento, à produtividade e à atração de investimento para propiciar crescimento".
Leia aqui a entrevista integral ao bastonário da Ordem dos Economistas.