O BCE alertou que algumas medidas de consolidação orçamental, nomeadamente, a subida de imposto ao consumo, poderão pressionar os preços e aumentar a inflação na Zona Euro.
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De acordo com o relatório mensal da instituição liderada por Jean-Claude Trichet, «existe o risco de os aumentos dos impostos indirectos e dos preços administrados serem superiores aos actualmente pressupostos, devido à necessidade de consolidação orçamental nos próximos anos», pressionando a inflação.
De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Eurostat, a taxa de inflação na Zona Euro situava-se nos 2,5 por cento em Julho, uma descida de 0,2 pontos percentuais face a Maio, mês em que a taxa fixou se em 2,7, por cento, de acordo com a Bloomberg.
No mesmo documento, o banco central refere que os riscos para as perspectivas de médio prazo ao nível da evolução dos preços «permanecem do lado ascendente» e explica que isso se deve, sobretudo, a «subidas dos preços dos produtos energéticos mais elevadas do que o antecipado».
Por último, ressalva o BCE, podem surgir «riscos ascendentes associados a pressões internas sobre os preços na área do euro mais fortes do que o esperado», noticia a agência de informação financeira.
Relativamente ao ritmo do crescimento da economia, o BCE destaca que «os recentes dados económicos apontam para uma desaceleração do ritmo de crescimento económico nos últimos meses, após a forte taxa de crescimento no primeiro trimestre».
Desta forma, o banco central espera «a continuação de uma expansão moderada no período que se avizinha», numa altura em que «a incerteza é particularmente elevada».
E alerta: «É fundamental que a recente evolução dos preços não dê origem a pressões inflacionistas generalizadas».
Previsões anteriores apontavam para uma taxa de inflação de 2,6 por cento este ano e de dois por cento em 2012, valores acima dos 2,5 por cento (2011) e dos 1,9 por cento (2012) projectados há três meses, segundo informa o boletim.
O BCE estima, no entanto, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,6 por cento para este ano (as estimativas anteriores apontavam para 2,5 por cento em 2011) e de 1,6 por cento para 2012, abaixo dos 1,7 por cento anteriormente previstos, remata o BCE.