Depois de em Dezembro, o BCE ter lançado a bomba atómica de emprestar quase 500 mil milhões de euros a 3 anos, a taxa deverá manter-se no nível histórico de 1%.
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Depois de em Dezembro o BCE ter reduzido a taxa directora para 1% e emprestado aos bancos da zona euro quase 500 mil milhões de euros a 3 anos - uma operação expansionista inédita na história do regulador - na reunião desta quinta-feira não deverão ser decididas alterações aos juros cobrados por Frankfurt aos bancos da zona euro.
É pelo menos essa a expectativa dos analistas contactados pelas agências internacionais, e também da economista-chefe do BPI. Cristina Casalinho sublinha que «não seria justificada a adopção de mais medidas no mesmo sentido enquanto não se conseguir determinar se as que já foram aplicadas são suficientes ou não».
Mas para Cristina Casalinho, o facto de não ter ainda passado o tempo suficiente para se poder fazer uma avaliação dos resultados das decisões de Dezembro não é o único factor que favorece a manutenção da taxa directora em 1%.
«Alguns indicadores de actividade económica estão a revelar um comportamento relativamente positivo e a inflação tem vindo a evidenciar uma evolução que também é mais favorável a uma manutenção da política monetária do que a alterações», afirma a economista-chefe do BPI.
Novas quedas no curto prazo
O cenário macro-económico deverá no entanto forçar o BCE a reduzir ainda mais os juros que cobra pelos empréstimos aos bancos. Cristina Casalinho explica que ao longo deste ano «o cenário mais plausível é o de novas quedas, embora o de manutenção também tenha alguma razoabilidade».
A economista-chefe do BPI entende que na conjuntura actual, caracterizada pela incerteza e volatilidade, e «muitas dúvidas em relação à evolução do processo de resolução da crise das dívidas soberanas europeias, o BCE vai manter as taxas de juro em níveis reduzidos».
A primeira vez que a taxa directora do BCE esteve a 1% foi em Maio de 2009.