O Banco Central Europeu (BCE) manteve hoje, na reunião mensal do Conselho de Governadores, a taxa de juro diretora inalterada nos 0,25% pelo quarto mês consecutivo, o nível historicamente mais baixo.
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A decisão está em linha com as previsões de economistas e analistas, face à estabilização da inflação anual da zona euro, que em fevereiro permaneceu nos 0,8%, tal como no mês anterior.
Os economistas defendiam que, apesar da incerteza quanto ao futuro da política monetária da área do euro, os últimos dados económicos deveriam levar o BCE a optar pela manutenção das taxas de juro.
A taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez, através da qual empresta dinheiro aos bancos a um dia, também se manteve em 0,75%. Igualmente, a facilidade permanente de depósito, que permite aos bancos fazer depósitos de curto prazo no BCE, permaneceu nos 0%.
Os analistas aguardam agora pela conferência de imprensa do presidente da instituição monetária, Mario Draghi, que começa às 13:30 (hora de Lisboa), na qual, segundo a France Presse, este poderá anunciar novas medidas para aumentar a liquidez em circulação, como a suspensão da neutralização dos efeitos do dinheiro injetado com a compra de dívida pública no mercado secundário.
Esta "esterilização" das compras de dívida pública consiste em incentivar os bancos a depositar liquidez no banco central para evitar um excesso no mercado e uma ameaça inflacionista.
O BCE poderá também lançar um novo empréstimo de longo prazo (LTRO) aos bancos, com o objetivo de incentivar os empréstimos ao setor privado.
Afastada deverá ficar a possibilidade de um programa de 'quantitative easing', ou seja, da compra de ativos financeiros à semelhança do que é feito pela Reserva Federal (Fed) nos Estados Unidos, tendo em conta que a questão "é muito polémica no Conselho de Governadores do BCE para que seja adotada", segundo o economista-chefe para a Europa do IHS, Howard Archer.
Também hoje, o BCE dará a conhecer as suas projeções macroeconómicas de inflação e crescimento.