O presidente do BCP garantiu hoje que não será necessário à instituição proceder a um aumento de capital para superar o chumbo nos testes de "stress" do BCE.
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As declarações de Nuno Amado, registadas pela SIC Noticias, foram feitas logo após do Banco Central Europeu ter divulgado a lista dos bancos europeus que chumbaram nos testes de "stress".
Aos jornalistas, o presidente do BCP, o único dos três bancos portugueses que chumbou nos testes, apontou para os resultados e medidas aplicadas este ano.
O BPI e a Caixa Geral de Depósitos passaram nestes testes.
Num comunicado enviado hoje à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários ( CMVM), o BCP informa que registou um resultado líquido negativo de 98,3 milhões de euros entre janeiro e setembro, uma forte redução face ao prejuízo de 597,3 milhões de euros em igual período de 2013, informou hoje o banco.
«Este comportamento foi potenciado pelo aumento do contributo da atividade internacional e pela evolução favorável da rendibilidade da atividade em Portugal, suportada no desempenho positivo do produto bancário, nomeadamente, da margem financeira e dos resultados em operações financeiras».
Entre os fatores que contribuíram para a melhoria do resultado líquido do banco liderado por Nuno Amado está o aumento homólogo de 28,9% da margem financeira para 791 milhões de euros, «repercutindo já o impacto associado ao reembolso antecipado dos instrumentos financeiros híbridos subscritos pelo Estado português (CoCo), no montante de 2.250 milhões de euros», sublinhou a entidade.
Somam-se os ganhos em operações financeiras relacionados com títulos de dívida pública portuguesa e os ganhos de 69,4 milhões de euros na venda da totalidade das participações de 49% em associadas que operavam exclusivamente no ramo de seguros Não Vida.
Pela negativa, nota para os juros associados à emissão de CoCo (cujo custo ascendeu a 162,8 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano).
Já as operações de "liability management" (mecanismo de gestão de balanço) ocorridas em 2011 tiveram um peso negativo de 118,6 milhões de euros no resultado líquido hoje apresentado ao mercado.
Depois, está o reforço das imparidades para riscos de crédito refletindo os impactos contabilísticos do AQR ("asset quality review"), exercício de capital do Banco Central Europeu (BCE), no terceiro trimestre, no montante de 313,5 milhões de euros.
Por fim, está a apropriação de resultados em operações descontinuadas e em descontinuação (34,1 milhões de euros negativos).