As projecções feitas pelo BCE, baseadas no estado do Millenium/BCP a 31 de Dezembro de 2013, revelam que o banco fica abaixo do rácio mínimo de capital (5,5%) num cenário de recessão em 2014.
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Num cenário «normal», ou cenário base, com a economia a crescer 1%, o banco consegue cumprir um rácio de capital de 8%.
As fontes contactadas pela TSF, olham para plano de reestruturação do BCP, em acção desde 2012, e que este ano já passou por um aumento de capital, e pela venda de activos e créditos, e asseguram que, com base nas contas apresentadas no final do segundo trimestre, o banco excede claramente as exigência do BCE, seja qual for a evolução da economia.
O cenário adverso desenhado pelo Banco Central Europeu para a banca portuguesa previa uma contracção do produto na ordem dos 0,8% para este ano, 2,3 em 2015, e uma queda de 1,1% em 2016. Este cenário prevê ainda uma subida dos juros da dívida soberana, e um aumento da taxa de desemprego. Um cenário que anda longe das previsões mais pessimistas.
Como efeito directo deste chumbo, o BCP tem agora 15 dias para apresentar em Frankfurt medidas de mitigação. No fundo, soluções para os problemas detectados nos testes. Fontes contactadas pela TSF dizem que o BCP deverá detalhar os passos do programa de reestruturação, desenvolvidos ao longo do ano, e o reflexo desse trabalho nas contas do banco. Os resultados até Setembro, até ao final do terceiro trimestre, devem ser suficientes para tranquilizar o Banco Central Europeu.
Numa outra frente de incerteza para a banca nacional, a TSF confirmou que o BCE aceitou a conversão de impostos diferidos em créditos fiscais, como forma de reforçar os fundos próprios dos bancos. Este esquema legislativo já tinha sido aceite para a banca espanhola e italiana, e subsistia a dúvida se seria aceite para Portugal.
A 15 de Outubro, ainda sem a certeza de que este esquema seria aceite pelo BCE, o BCP aprovou em Assembleia-geral a adesão a este regime, e admitia então um aumento de fundos próprios acima dos 1.300 milhões de euros.