
Global Imagens/Natacha Cardoso
O presidente do BCP disse hoje que o banco está a negociar com os sindicatos reduções salariais entre 5% a 10% para evitar uma maior saída de trabalhadores e mesmo o recurso ao despedimento coletivo.
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Os sindicatos da banca e o BCP estão há algumas semanas a negociar uma redução dos salários até 2017, quando o banco deverá ter recomprado todo o capital que o Estado injetou no BCP, para que se evite a redução de mais de 1.200 trabalhadores acordada com a Comissão Europeia por o ano passado o Estado ter injetado 3.000 milhões de euros no banco para o recapitalizar.
Nuno Amado não quis adiantar pormenores sobre a redução salarial proposta, mas avançou que «o número andará entre 5% e 10%» sublinhando que este corte será «temporário», ou seja, durará «enquanto o banco tiver o apoio público».
Já sobre quantos trabalhadores serão poupados da saída do banco, caso a redução salarial avance, o presidente do BCP voltou a refugiar-se no facto de as negociações ainda decorrerem, mas disse que «a diferença entre um cenário e outro são 400 a 500 postos de trabalho».
Isto é, se houver acordo para se cortarem salários, entre 400 a 500 trabalhadores serão poupados do desemprego.
O presidente do banco disse ainda que espera que até final deste mês haja pelo menos «um princípio de acordo».
«Não havendo acordo, há o acordo que temos com a Direção-Geral da Concorrência, que implica um conjunto de rescisões unilaterais já que banco tem de cumprir com os compromissos subjacentes para bem do banco e da economia portuguesa», afirmou Nuno Amado.
O BCP tinha 8.703 trabalhadores em Portugal no final de setembro, cerca de menos 150 trabalhadores do que no fim do ano passado. Em 2012, o banco já tinha levado a cabo um amplo programa de corte de postos de trabalho, com mais de 900 trabalhadores a saírem do banco, a maior parte através de rescisões amigáveis.
Em setembro, depois de acordar o plano de reestruturação com a Comissão Europeia, o BCP apresentou aos sindicatos as linhas mestras desse plano, caso da redução de custos com pessoal.