
Global Imagens
O Banco de Portugal calculou o impacto económico de um eventual corte de 2500 milhões de euros na despesa em 2014. A conclusão é um número: 0,8 pontos percentuais do PIB.
Corpo do artigo
O Banco de Portugal não tem por hábito fazer projecções sobre cenários indefinidos ou hipotéticos mas desta vez abriu uma excepção e desenhou um cenário alternativo para 2014: sobre as projecções "oficiais" (que estimam um crescimento do PIB de 1,1 %, menos do que os 1,3 % estimados há 3 meses), colocou um corte na despesa de 1,5 % do PIB (cerca de 2500 milhões de euros). Assumiu também que esse corte vai ser repartido em partes iguais pelas despesas com pessoal e com as prestações sociais.
Conclusão: o impacto desse corte vai ser de 0,8 pontos percentuais do PIB: em vez de crescer 1,1 %, a economia crescerá apenas 0,3 %.
No boletim económico de Primavera o regulador reviu em baixa as previsões para 2013 e 2014.
Para este ano o Banco de Portugal ajustou as projecções às do Governo (as anteriores, feitas há 3 meses, eram mais optimistas que as do Executivo). Agora o regulador prevê a mesma recessão calculada por Vítor Gaspar: 2,3 % do PIB. O consumo privado vai continuar em queda acentuada, bem como a maior parte dos componentes do PIB. A excepção é a de sempre: as exportações, que embora abrandem o crescimento vão ainda assim continuar a aumentar.
Em 2014 o cenário oficial (que não conta com medidas adicionais às do Orçamento do Estado para 2013) aponta para um crescimento de 1,1 %.
O Banco de Portugal avisa que nestas projecções para 2013 e 2014 não considerou nem medidas decorrentes de um eventual chumbo do tribunal constitucional nem o corte permanente na despesa que no próximo ano poderá atingir os 2500 milhões de euros.