O governador do Banco de Portugal solicitou à administração do Novo Banco a concretização de um plano «sustentável» destinado a atrair investidores que formem «uma estrutura acionista estável» para o desenvolvimento da instituição.
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Na sequência de uma reunião com o BdP, na terça-feira, a instituição liderada por Vitor Bento informa que Carlos Costa «solicitou ao Novo Banco a preparação de um plano apontado ao desenvolvimento sustentável do banco e que ajude a atrair investidores que possam formar uma estrutura acionista estável e comprometida com esse desenvolvimento».
«Para a concretização da estrutura acionista vão ser desenvolvidos os contactos necessários, em articulação com a administração do Novo Banco, e com o apoio e interação dos consultores financeiros contratados por cada uma das entidades», refere o comunicado.
O comunicado enviado pelo Novo Banco não faz qualquer referência à venda imediata do mesmo.
No encontro de terça-feira, a administração do Novo Banco informou o governador do BdP que «continua empenhado em servir os seus clientes com a qualidade a que os habituou e atendendo às necessidades das empresas e de todos aqueles que lhe confiam as suas poupanças».
Refere igualmente que deu conta ao governador da «existência de indícios de recuperação da confiança», a quem informou também sobre «o processo de transição de imagem que levará à mudança global, incluindo os balcões que passaram a exibir a nova marca».
«Este processo tem por objetivo a normalização da relação do Novo Banco com os seus clientes, processo que também envolverá a redefinição da oferta e posicionamento estratégico da instituição», pode ler-se ainda no comunicado.
A criação do Novo Banco decorre da divisão do Banco Espírito Santo (BES) num 'bad bank' e no Novo Banco.
Na noite de domingo, 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES e anunciou a separação da instituição em duas.
O chamado banco mau ('bad bank') ficou com os ativos e passivos tóxicos do antigo BES e, apesar de se continuar a chamar BES, não tem licença bancária.
Já no 'banco bom', o Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos do ex-BES, recebendo esta nova instituição financeira uma capitalização de 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução bancário.