BE acusa Governo de «mascarar contas públicas», PCP fala em «martelanço» de números pela DGO
O Bloco de Esquerda acusa o Governo de «mascarar» as contas públicas, salientando que a análise da UTAO indica um défice de sete por cento no primeiro trimestre de 2012. PCP diz suspeitar do «martelanço» de números pela DGO.
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De acordo com a análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a unidade que dá apoio técnico aos deputados, foi encontrada uma incorreção nas contas que influencia a percentagem da queda que havia sido divulgada para as receitas fiscais da Administração Central e Segurança Social.
Para o deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares a análise da UTAO indica que «há novamente um gigantesco lapso do Governo».
«O Governo mascarou as contas públicas, dizendo-nos que a derrapagem dos impostos indiretos era metade da que se verificou. Há afinal uma degradação maior das contas públicas, como também é visível um défice de sete por cento no primeiro trimestre deste ano», declarou.
Na perspetiva do deputado do Bloco de Esquerda, «de lapso em lapso este Governo continua a insistir no enorme erro que é esta política orçamental».
Já o PCP considerou que os dados da UTAO revelam que houve «martelanço» de números pela Direção Geral do Orçamento e que o défice no primeiro trimestre é de sete por cento.
«Além de confirmar que houve uma quebra acentuada das receitas dos impostos indiretos e da Segurança Social, o relatório da UTAO confirma ainda que, em contas nacionais, o défice do primeiro trimestre de 2012 é de sete por cento. Isto significa que estamos perante um quadro que indicia que este Orçamento é inexequível e que a execução orçamental está completamente comprometida», sustentou Honório Novo.
De acordo com o deputado do PCP, os dados agora revelados são consequências «de medidas agravadas de sacrifícios impostos aos trabalhadores e ao povo português resultantes da troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional)».