BE diz que Gaspar «está a mais»; PCP afirma que «caminho da autofagia tem de ser travado»
O BE considerou que «o desastre das contas públicas» mostra que o ministro das Finanças «está a mais» e que com 10,6% de défice o Governo não atingirá as metas para 2013. Já o PCP sublinhou que «o caminho da autofagia tem de ser travado», enquanto o PSD referiu que a tendência do 1º trimestre já foi invertida.
Corpo do artigo
«O ministro Vítor Gaspar, que diz que a austeridade é o fim das políticas públicas, demonstra que não tem saída, porque este é o descontrolo das contas públicas, é um ministro que prova que não tem saída, não tem solução, está a mais neste espaço da governação do país e as suas políticas são o fator de desastre das contas públicas», afirmou o líder parlamentar do BE no parlamento.
O défice orçamental das Administrações Públicas atingiu os 10,6% no primeiro trimestre do ano, o que compara com um valor nominal do défice de 7,9% registado no período homólogo de 2012, informou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
«10.6% é um desastre, é o descontrolo das contas públicas e não interessa, não adianta o Governo vir-nos dizer que tem fé que vai cumprir o défice no final deste ano, a realidade demonstra que o fanatismo da austeridade destrói a economia, aumenta o desemprego, destrói as contas públicas», sustentou Pedro Filipe Soares.
O presidente do grupo parlamentar bloquista classificou a «evolução do primeiro trimestre» como «exorbitante quando comparada com os anos anteriores»: «Em 2011, o défice do primeiro trimestre foi de 7,7%, em 2012 de 7,9%, em 2013 de 10,6%, ora, toda a gente percebe a evolução que está a ter nas contas públicas esta política de austeridade».
«Depois de todos os sacrifícios, depois de todos os aumentos de impostos, do ataque a diversos setores da economia, do desemprego para que muitos portugueses e portuguesas foram atirados, vemos que nenhum destes sacrifcios valeu a pena porque as contas estão piores do que estavam», concluiu.
Por seu turno, o PCP advertiu que o valor do défice no primeiro trimestre é o maior desde que a "troika' entrou em Portugal, «com ou sem Banif», e que «o caminho da autofagia tem de ser travado».
«O défice em termos quantitativos no primeiro trimestre é de 4167 milhões de euros, que é praticamente metade do total que em contas nacionais está previsto para o ano todo, este défice de 10,6 é o maior verificado desde que entrou a 'troika' em Portugal», afirmou.
Por seu turno, o PSD, pela voz de Duarte Pacheco, desvalorizou os dados orçamentais do primeiro trimestre, alegando que essa tendência, «que não era famosa», foi já invertida nos meses seguintes, indicando que as metas acordadas para este ano podem ser cumpridas.