Beneficiárias da ADSE vão pagar mais pelos partos. Associação "surpreendida" com alterações
Os aumentos variam entre os 36 e os 68 euros, consoante seja parto normal ou cesariana. A associação 30 de Julho, que representa os beneficiários da ADSE, diz que está "surpreendida" com a publicação da tabela "sem que tivesse havido auscultação dos próprios beneficiários".
Corpo do artigo
A associação 30 de Julho, que representa os beneficiários da ADSE, foi surpreendia por um aumento do preço dos partos normais e cesarianas a partir de 1 de maio. De acordo com o Expresso e o jornal Público, os aumentos variam entre os 36 e os 68 euros, consoante seja parto normal ou cesariana.
O aumento aplica-se a beneficiárias do regime convencionado e do regime livre, ou seja, a quem recorrer a um médico sem convenção, pagando o ato médico na totalidade sendo, depois, reembolsada.
Uma tabela que Fernando Vaz de Medeiros, da associação 30 de Julho, desconhecia. "Fomos surpreendidos com a publicação de uma tabela sem que tivesse havido auscultação dos próprios beneficiários e do Conselho Geral e de Supervisão e sem que tivesse sequer havido uma informação aos beneficiários que mostrasse quais são as alterações efetuadas e os seus fundamentos", afirma à TSF Fernando Vaz de Medeiros.
A alteração dos preços dos partos foi justificada pela ADSE como forma de garantir mais protocolos com médicos obstetras, assim como facilitar o acesso ao regime convencionado, uma vez que há anos que os valores não eram atualizados e as beneficiárias queixavam-se de dificuldade em aceder a este regime. A associação desconhecia estes problemas.
"O acesso aos cuidados de saúde no regime convencionado tem vindo a ser sucessivamente dificultado pelos prestadores privados, que têm retirado médicos e atos médicos da convenção que fizeram com a ADSE. Essa tem sido uma denúncia que a nossa associação tem feito por diversas vezes junto do Conselho Directivo da ADSE e também junto do Governo e não tivemos qualquer resposta por parte da ADSE. A resposta é dada agora por uma alteração à tabela. Nós estamos de acordo que é preciso encontrar soluções que permitam que os beneficiários tenham acesso rápido e de qualidade a cuidados de saúde, teremos de ver agora se estes aumentos em concreto se justificam ou não porque só agora estamos a conhecer e só porque vem citada na comunicação social", refere.
A associação está, sobretudo, contra a forma como foi conduzido este processo, uma vez que não foi informada previamente destas alterações. "Estamos contra o procedimento, que é o de alterar tabelas sem que os beneficiários sejam ouvidos sobre essa intenção. Agora estamos a ser surpreendidos por explicações que são dadas na comunicação social e não aos beneficiários", sublinha.