BES: Carlos Costa admite inversão do ónus da prova para clientes lesados do papel comercial
Terminou a audição parlamentar ao governador do Banco de Portugal. Carlos Costa esteve no parlamento a responder aos deputados durante mais de 7 horas.
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O governador avançou uma hipótese para resolver o problema dos lesados com papel comercial do BES. Carlos Costa admite uma inversão do ónus da prova para os clientes que possam ter sido enganados.
No entanto, o governador é cauteloso: diz que ninguém sabe ao certo quanta dívida do Grupo Espírito Santo está ainda em circulação e sublinha que a questão do papel comercial pode revelar-se uma "caixa de Pandora" com reflexo nos contribuintes.
O dia em que os líderes dos supervisores bancário e do mercado foram ouvidos pela segunda vez na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES foi longo, com os trabalhos a arrancarem às 09:00 e a terminarem às 22:30.
A audição de Carlos Tavares, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), começou às 09:00 e findou pelas 13:30, ao cabo de quatro horas e meia, enquanto Carlos Costa, presidente do Banco de Portugal, esteve à disposição dos deputados desde as 15:00 até às 22:30, ou seja, durante sete horas e meia.
«Tenho recebido críticas por estarmos aqui a trabalhar fora de horas. E sem jantar. Mas devo esclarecer que estamos aqui voluntariamente», realçou Fernando Negrão, deputado do PSD que preside os trabalhos desta comissão, ao dar por terminado o dia.