Bettencourt Picanço denuncia falta de transparência nas contratações

Apesar de formalmente congeladas as admissões na Função Pública, o Estado admitiu no primeiro semestre deste ano 6500 novos funcionários. O número consta do último boletim do Observatório do Emprego Público, citado pelo Diário Económico.

Ainda assim, nota-se uma redução efectiva do número de funcionários públicos, visto que, 10.900 pediram a aposentação.

Feitas as contas no final do primeiro semestre deste ano, e em comparação com Dezembro de 2010, o corte no número de trabalhadores na administração pública era de 0,9 por cento, longe do objectivo definido no programa de ajustamento de estabilidade financeira.

Contactado esta manhã pela TSF, Bettencourt Picanço, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), denunciou o que diz ser a falta de transparência neste processo de contratações e alertou para o desequilibrio na gestão da administração pública.

«Aquilo que nos parece é que entraram mais de 50 por cento dos trabalhadores que saíram da administração central, e se assim foi não está, de facto, a funcionar o congelamento. Estamos conscientes de que há muitos serviços carecidos de trabalhadores, mas precisávamos de saber se é para esses serviços que os trabalhadores, que estão a ser admitidos, estão a ser conduzidos», referiu.

Bettencourt Picanço afirmou que esses serviços são «essencialmente de segurança social e de saúde», mas alertou que a informação que o sindicato tem não é a de que «estes serviços estão a ter os trabalhadores de que estão carecidos. Portanto, ficamos com um grande ponto de interrogação sobre o que está a acontecer».