A fabricante canadiana de telemóveis BlackBerry, que atravessa dificuldades financeiras, deverá ser ser comprada pelo consórcio liderado pela Fairfax por 4,7 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros).
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Segundo o acordo hoje conhecido, o consórcio liderado pela Fairfax, que já tem 10% da Blackberry, oferece nove dólares (6,7 dólares) por cada uma das restantes ações, numa operação que ainda depende de estar garantido o financiamento, que poderá vir dos Bank of America, Merril Lynch e BMO Capital Markets.
A aquisição, que terá de ser aprovada em assembleia-geral, vai retirar a Blackberry de bolsa, cujas ações cotam em cerca de 8 dólares (5,9 euros), bem longe do máximo de 200 dólares (148 euros) a que chegaram antes do lançamento do iPhone, da concorrente Apple.
A operação surge depois de ter sido mal acolhido o novo modelo de telemóvel da BlackBerry, Z10, que tinha como objetivo concorrer com os 'smartphones' da Apple e da Samsung, que ganharam terreno aos equipamentos da BlackBerry.
A BlackBerry, antes conhecida como Research in Motion (RIM), anunciou a semana passada o corte de 4.500 empregos (cerca de 40% dos trabalhadores) depois das perdas de 960 milhões de dólares (711 milhões de euros) em telefones Z10 não vendidos que constavam do seu inventário.
O conselheiro delegado da Fairfax, Prem Watsa, referiu hoje, em comunicado, que a operação «abrirá um novo capítulo na BlackBerry» e que a empresa estará novamente em condições de dar retorno aos seus acionistas.
Watsa abandonou no mês passado o conselho de administração da BlackBerry para evitar um possível conflito de interesses na operação hoje anunciada.