A bloquista Catarina Martins entende que a solução encontrada para o BES «põe em risco o dinheiro dos contribuintes para entregar um banco limpo a privados». O comunista Agostinho Lopes diz que a solução para o BES desmente o Governo.
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A coordenadora do Bloco de Esquerda discorda da tese de que os contribuintes não vão pagar a operação que resultou na criação do Novo Banco, que ficou sem os ativos tóxicos do Banco Espírito Santo.
Para Catarina Martins, esta «solução põe em risco o dinheiro dos contribuintes para entregar um banco limpo a privados», «limpo por dinheiros públicos para ser gerido por privados».
«Esta solução não nos parece minimamente aceitável. Se há um sindicato bancário para gerir um banco novo cabe a esse sindicato bancário recapitalizar esse banco. Não cabe aos contribuintes ver o seu dinheiro mais uma vez em risco», frisou.
O PCP entende também que são os contribuintes quem vão pagar a fatura pela criação do Novo Banco e sublinha que o anúncio do governador do Banco de Portugal sobre a criação desta nova instituição bancária acaba por desmentir o Governo.
«Começa por ser um rotundo desmentido das declarações do primeiro-ministro, da ministra das Finanças e do próprio governador de não recurso a fundos públicos», lembrou Agostinho Lopes.
Este elemento do Comité Central do PCP considera ainda «vergonhoso» que o «Governo se esconda por trás do Banco de Portugal não dando a cara neste anúncio».
«É uma enorme mentira que os mais de quatro mil milhões de euros do empréstimo da troika não seja dinheiro público. Isto só pode ter um objetivo: salvaguardar ainda algum património e ativos do acionistas do grupo e do Banco Espírito Santo», concluiu.