A unidade vai ter capacidade de processar 200 mil toneladas por ano. Em declarações à TSF, Emanuel Proença, presidente executivo da empresa Savannah Resources, garante que a fábrica terá capacidade de processar um terço das necessidades da Europa
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Boticas vai ter uma fábrica de purificação de lítio até 2026. A obra está integrada no projeto das Minas do Barroso e, nos próximos meses, será contratada a equipa e serão feitos os estudos para avançar com a obra. A unidade vai ter capacidade de processar 200 mil toneladas por ano. Em declarações à TSF, Emanuel Proença, presidente executivo da empresa Savannah Resources, que está a desenvolver o projeto de lítio do Barroso, garante que a fábrica terá capacidade de processar um terço das necessidades da Europa.
"São perto de 200.000 toneladas de lítio e isso faz com que este seja o projeto de maior dimensão, pelo recurso, e também de maior capacidade produtiva do espólio de mina de lítio da Europa. É um dos maiores projetos de base de lítio da Europa e, portanto, tem capacidade - sozinho - para suprir cerca de um terço do objetivo definido pela Europa no ato das matérias-primas críticas na legislação, que foi reparado e que entrou em vigor agora há dois meses. Só na componente de base de lítio, do recurso mineral que vai permitir a chegar aos objetivos dessa estratégia, podemos contribuir com cerca de um terço desse objetivo", explica à TSF Emanuel Proença.
O projeto está a avançar na sequência de uma parceria que o grupo Savannah Resources fez com a alemã AMG, que está prestes a inaugurar a primeira refinaria de lítio na Alemanha, e que se traduz num investimento de 19 milhões de euros no projeto de lítio português e aquisição de 16% da empresa. Depois desta fábrica de purificação de lítio, Emanuel Proença adianta que existem mais duas fábricas em estudo com o parceiro alemão, incluindo uma refinaria.
"Temos capacidade para mais parcerias e mais trabalho em conjunto com outros refinadores, outros produtores de baterias ou veículos elétricos e, portanto, poderemos fazer mais coisas em conjunto com mais players. Por outro lado, a AMG é uma empresa que tem também vontade de fazer crescer o seu aparelho industrial e, portanto, teremos em estudo, em conjunto, duas fábricas adicionais: uma para a produção de feldspato para a indústria cerâmica e outra para as primeiras fases da refinação do próprio lítio. Nessas duas unidades adicionais, o investimento principal irá para a refinaria e aí estaremos a falar de outras centenas de milhões de euros", acrescenta.
