BPN: Associação de Defesa dos clientes vai processar o Estado para reaver capital em dívida
A Associação Nacional de Defesa dos Clientes do BPN vai avançar com um processo judicial contra o Estado, o Banco de Portugal e o Banco Português de Negócios para tentar reaver o capital devido aos associados.
Corpo do artigo
Vamos desencadear um processo contra o Estado Português, dono do BPN, e contra o Banco de Portugal, que não cumpriu com todas as regras de fiscalização», disse à Lusa António Henriques, presidente da Associação Nacional de Defesa dos Clientes (ANDC) do BPN, no final de uma assembleia realizada hoje à tarde nas Caldas da Rainha.
A decisão foi aprovada pelos cerca de 70 associados presentes na reunião, que aceitaram avançar com o pagamento de uma quotização para permitir recolher fundos para o pagamento da primeira tranche do processo.
«Só aos nossos sócios estimamos que sejam devidos mais de 100 milhões, dos cerca de 170 milhões que o BPN deve», adiantou o responsável pela associação que reúne 600 pessoas que se consideram lesadas pelo banco, embora, acrescenta, «muitos deles já tenham sido ressarcidos de parte do capital da SLN [Sociedade Lusa de Negócios] Valor».
Os sócios da ANDC pretendem ainda receber verbas relativas às obrigações do BNP e da SLN, juros da Marina Park e verbas relativas à CNE (Cimentos Nacionais e Estrangeiros), que se encontra em processo de insolvência.
A associação, criada em Outubro de 2009 e que já promoveu 14 manifestações e mais de 60 reuniões com clientes do BPN de todo o país, afirma ter conseguido «recuperar 150 milhões de euros», mas teme que a reprivatização do banco ponha em causa a recuperação das verbas em dívida.