O Banco Português de Negócios (BPN) vai fechar as operações nas Ilhas Caimão, disse hoje à agência Lusa uma fonte oficial da instituição, encerrando assim uma unidade dada como responsável por cerca de 21 por cento do "buraco" financeiro do banco.
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«Até ao final do ano pretendemos encerrar as operações do BPN Cayman», disse uma fonte oficial do BPN. 
  
«O banco está já a pedir aos clientes para transferirem as contas que têm nas Ilhas Caimão para contas em Cabo Verde, nas mesmas condições», disse à Lusa um cliente com conta no banco com sede no paraíso fiscal, que pediu o anonimato. 
    
A administração do banco nacionalizado em Novembro de 2008 - no seguimento da descoberta de 1,8 mil milhões de euros de imparidades - decidiu assim fechar até Dezembro o BPN Cayman, parte do BPN SGPS, numa medida que o Banco de Portugal, segundo fontes do sector, vê com bom olhos.
      
O BPN Cayman, segundo o Banco de Portugal, era em Outubro de 2008 responsável por 21 por cento das imparidades não reconhecidas pelo banco, no total de 382.162.415 milhões de euros. 
    
O Banco de Portugal, citando a auditoria da consultora Delloite ao BPN, considera que as perdas do BPN Cayman estão «essencialmente associadas ao Balcão Virtual», segundo um documento interno do regulador que é parte da acusação do banco central contra 21 responsáveis do grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que detinha o BPN até à nacionalização.