Bruxelas recua na diretiva que propunha trocar galheteiros por garrafas invioláveis
A proposta não recolheu apoios suficientes para avançar. No entanto o Comissário Europeu da Agricultura promete não abandonar o assunto a favor do interesse dos consumidores, dos produtores e dos restaurantes. O objetivo era assegurar a qualidade do azeite que é colocado na mesa dos restaurantes.
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A intenção da Comissão Europeia era dar um novo passo em relação ao que já existe em Portugal e adaptar tecnicamente as garrafas dos galheteiro de marca para tornar impossível o seu enchimento com um azeite diferente do que consta no rótulo.
Mas apenas 15 dos 27 países aceitaram as novas regras. O Comissário Europeu da Agricultura, Dacian Ciolos, diz que, nestas condições, a directiva não pode avançar.
Dacian Ciolos, afirma que a directiva tinha objetivos bem definidos. «O controlo da qualidade, a promoção da qualidade, envolvia medidas para melhor evidenciar os azeite de qualidade nos restaurantes e evitar também enganar os consumidores», explicou o comissário.
Para assegurar os objetivo do plano de ação europeu, no que diz respeito à qualidade do azeite, no interesse do produtores e dos consumidores, a comissão promete não baixar os braços.
«Tenho a intenção de me reencontrar com o representantes dos consumidores, da restauração e dos produtores, para discutir em conjunto a melhor maneira de garantir os seus objetivos e de identificar os melhores instrumentos que poderão ser aceites por todos, e que não acrescente burocracia ou interrogações aos objetivos sobre este género de medidas», adiantou.
O comissário europeu da agricultura a anunciar que Bruxelas retira a directiva que viria a tornar obrigatórias garrafas de azeite para galheteiros invioláveis. No entanto, promete continuar o debate a favor do interesse de produtores, da restauração e dos consumidores.
Apesar deste desenvolvimento, o Governo português pensa manter a proibição dos galheteiros tradicionais nos restaurantes. Isso mesmo adianta a secretaria de estado da agricultura num comunicado citado pelo Expresso online.
Mas o assunto promete voltar a estar em cima da mesa já que a ARESP, ouvida pela TSF, vai pedir aos governos para anular a portaria «que nos obriga a ter as garrafinhas nos restaurantes».
Mário Pereira Gonçalves, da ARESP, aplaude a decisão de Bruxelas e diz que «reinou o bom senso, o que não acontece com o Governo português».