A Comissão Europeia reviu hoje em baixa ligeira as previsões de crescimento para o PIB da Alemanha. O mesmo acontece com Espanha, Itália, e França. Em contrapartida, prevê-se uma melhoria dos indicadores para a Irlanda e Grécia.
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As previsões de primavera do Eurostat apontam para um crescimento na maior economia da zona euro de 0,1 pontos percentuais, abaixo dos 0,5 por cento anteriormente previstos para 2013, e 0,2 pontos percentuais,abaixo dos 2 por cento de aumento do PIB estimados para o próximo ano.
O Eurostat aponta ainda para uma redução ligeira do desemprego, para 5,4 por cento este ano e 5,3 por cento no próximo.
A inflação deverá manter-se moderada, nos 1,8 por cento este ano e 1,6 por cento no próximo.
Bruxelas agravou também as suas previsões sobre a contração económica em Espanha em 2013, antecipando uma queda do PIB de 1,5%, num cenário em que o país atingirá um desemprego de 27% este ano.
No relatório de previsões económicas de primavera da CE, divulgado hoje, Bruxelas antecipa uma contração da economia que é assim maior do que a previsão revista na semana passada pelo Governo espanhol.
Madrid corrigiu na sexta-feira a sua previsão económica antecipando uma recessão de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), já muito acima da previsão inicial que era de um recuo de apenas 0,5%, valores que grande parte dos analistas considerou irrealista, quando foi incluído no orçamento para 2013.
No que toca à previsão do PIB para 2014, Bruxelas é mais otimista do que Madrid, antecipando um crescimento da economia de 0,9%, quatro décimas acima da previsão do Governo.
Bruxelas confirma no documento a decisão já conhecida na semana passada de recuar dois anos, até 2016, no prazo para cumprir a meta de défice abaixo dos 3% do PIB.
Ainda assim, a previsão hoje divulgada é mais pessimista que o executivo no que toca ao défice, prevendo que será de 6,5% do PIB este ano e de 7% do PIB em 2014.
O consumo interno deverá manter a tendência de contração, o que levará a que Espanha possa registar um excedente na sua balança comercial em 2013, o que aconteceria pela primeira vez desde 1997.
De igual modo, a Comissão Europeia reviu em baixa as previsões para a economia italiana em 2013, estimando uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3%, contra o 1% avançado nas previsões de inverno.
As previsões da primavera da Comissão Europeia, hoje divulgadas, pioram também as previsões de contração da economia italiana em 2012 (cujos valores ainda não estão fechados), de -2,2% para -2,4%.
Para 2014, Bruxelas mantém a expectativa de comportamento positivo da economia de Itália, mas baixa em uma décima as previsões de crescimento feitas nas previsões de inverno, de 0,8% para 0,7% do PIB.
Bruxelas reviu também em baixa ligeira as suas previsões para a economia de França, apontando agora para uma quebra de 0,1% na atividade económica em 2013 e uma retoma menos acentuada no próximo ano.
As previsões de primavera do Eurostat para a segunda maior economia da zona euro, hoje divulgadas, situam-se 0,2 pontos percentuais abaixo das anteriores para 2013, e 0,1 pontos percentuais abaixo das de 2014, agora de uma subida de 1,1% do PIB.
Esta previsão baseia-se, contudo, numa manutenção das atuais políticas, ou seja, excluindo o efeito de medidas de consolidação orçamental "ainda necessárias para alcançar os objetivos orçamentais", salienta o organismo estatístico da Comissão Europeia.
A taxa de desemprego deverá continuar em trajetória ascendente, passando para os 10,6% este ano e 10,9% no próximo.
A retoma no segundo semestre do ano será «apenas modesta», possibilitada pelo setor externo da economia francesa, mas permitindo estimular a confiança dos agentes económicos.
Em contrapartida, a Grécia registará em 2014 melhorias em alguns dos seus indicadores, com a CE a prever que a economia cresça, depois de vários anos de recessão, mas a metade da velocidade do crescimento médio europeu.
Melhorias que praticamente não se alastrarão ao elevado índice de desemprego, que se manterá nos 27% este ano - a par de Espanha, o mais elevado da UE - e cairá ligeiramente, para 26,4% em 2014, o segundo pior da Europa a 27.
A previsão da Comissão é de uma contração no emprego de 8,3% este ano e de 3,5% em 2014.
No boletim de previsões da primavera, hoje divulgado, a CE melhora ligeiramente as suas contas sobre 2013, antecipando que a recessão será de 4,2% (valor que tinha antecipado em novembro de 2012, mas que acabou por agravar para 4,4% do PIB em fevereiro).
Para 2014 a CE mantém as suas previsões de um cenário de crescimento de 0,6%.
Boas notícias no que toca ao défice que Bruxelas prevê será de 3,8% este ano - uma forte correção face aos 10% de 2012 - caindo para 2,6% em 2014, abaixo da média europeia.
Por outro lado, a Comissão Europeia manteve hoje as suas previsões para a evolução da economia da Irlanda, que apontam para um crescimento de 1,1 por cento este ano, acelerando para 2,2 por cento em 2014.
O desemprego na Irlanda deverá recuar para 14,2 por cento este ano, menos 0,4 pontos percentuais do que constava nas previsões de inverno, mas a tendência é conduzida mais pela redução da força de trabalho do que por «criação de emprego em larga escala», lê-se no relatório.
O défice orçamental da Irlanda deverá recuar 0,1 pontos percentuais, para 7,5 por cento este ano.