Bruxelas fez saber que a apresentação das grandes linhas do programa de assistência financeira acordado entre a "troika" e o Governo só terá lugar após as discussões com a oposição.
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O acordo para o programa de ajuda a Portugal, que José Sócrates anunciou terça-feira à noite ter sido finalizado entre o Governo e a "troika" - composta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE) -, dominou a conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, em Bruxelas, mas poucas respostas foram dadas à curiosidade da imprensa internacional.
A porta-voz Amelia Torres sublinhou que, neste momento, a "troika" está a discutir o programa de ajuda com a oposição, com vista a alcançar o «apoio partidário amplo» reclamado pelos ministros das Finanças da União Europeia por ocasião da apresentação do pedido de resgate, a 8 de Abril último, e indicou que a conferência de imprensa, em Lisboa, para apresentação das grandes linhas do acordo só terá lugar após estas discussões.
A mesma responsável acrescentou não estar ainda em condições de anunciar quando é que essa conferência de imprensa terá lugar, não se comprometendo com datas.
«Se vai ser hoje ao final do dia, amanhã (quinta-feira) ou depois de amanhã (sexta), não sei», respondeu.
Questionada por correspondentes estrangeiros em Bruxelas sobre o facto de as discussões da "troika" com a oposição não envolverem todos os partidos - mas apenas PSD e CDS-PP -, a porta-voz reafirmou a disponibilidade dos responsáveis da Comissão, FMI e BCE para «discutir com todos os partidos».
Os representantes da "troika" já se reuniram esta quarta-feira com o PSD e deverão reunir-se com o CDS-PP ao início da tarde, enquanto Bloco de Esquerda, PCP e Verdes serão recebidos pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, na Presidência do Conselho de Ministros.
Amelia Torres sublinhou o facto de o acordo técnico atingido em Lisboa ainda ter de ser aprovado pelos ministros das Finanças da União Europeia, na reunião agendada para 16 de Maio, em Bruxelas.