O Governo actualizou as suas estimativas para o buraco nas contas públicas em 2011, prevendo agora que este atinja cerca de 3.400 milhões de euros, indicou o ministro das Finanças.
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Durante a conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2012, o ministro das Finanças explicou que do ponto de vista do Governo o ponto de partida para o orçamento do próximo ano «é mais desfavorável do que o que esteve na base do Programa de Assistência Financeira», explicado em grande parte pelo desvio nas contas durante o ano de 2012.
O «desvio substancial» apontado por Vítor Gaspar deve-se, nas explicações do próprio, a menos 300 milhões de euros de redução dos salários esperado nos trabalhadores da função pública e empresas públicas com o corte de 5 por cento aplicado no início deste ano, mais os desvios nos salários dos professores, das forças de segurança e Exército.
Terá existido também um desvio de 560 milhões de euros nos consumos intermédios (onde está incluída a gasolina e outros consumíveis).
A isto juntam-se mais 800 milhões de euros respeitantes a um desvio em outras receitas correntes, menores contribuições para a Segurança Social, receitas próprias da justiça, e dividendos que não chegaram a ser entregues ao Estado e 2.000 milhões de euros em despesas de capital superiores ao esperado, graças à não venda de património, concessões, com a recapitalização do BPN e dos desvios no sector empresarial da Madeira.