Cadilhe critica supervisão do Banco de Portugal e aponta responsabilidades ao Governo
Miguel Cadilhe mostrou-se, esta quinta-feira no Parlamento, muito crítico em relação à forma como o Banco de Portugal lidou com as alegadas irregularidades praticadas pela antiga administração do banco. O antigo presidente do BPN também apontou responsabilidades ao Governo.
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Depois do silêncio de José Oliveira e Costa, antigo presidente do Banco Português de Negócios (BPN) no Parlamento esta quinta-feira, os deputados da comissão parlamentar de inquérito ao caso BPN ouvem agora as críticas de Miguel Cadilhe, o último presidente do banco antes da nacionalização.
 
Miguel Cadilhe começou por questionar porque é que o Banco de Portugal não mandou fazer uma auditoria externa, havendo indícios reiterados de «práticas evasivas, de negócios ruinosos», de um estado continuado de «situações irregulares e de casos danosos» no banco.
Trata-se de uma «falha tão longa e tão grave de supervisão», que «também atinge a responsabilidade do Governo», considerou o antigo presidente do BPN, chamando a atenção para o facto de o Ministério das Finanças ter a incumbência de acompanhar o sistema financeiro.
Durante a resposta à primeira ronda de perguntas dos deputados na comissão parlamentar de inquérito ao caso BPN, Cadilhe voltou a criticar veementemente a opção de nacionalização do BPN.
A comissão parlamentar ao caso BPN vai ouvir, sexta-feira, Abdul Vakil, antigo presidente do banco, que substituiu Oliveira e Costa,que saiu da instituição em Fevereiro, apresentando motivos de doença.