Cahora Bassa quer usar dinheiro da venda de ações na modernização de equipamento

José Carlos Carvalho / Global Imagens
A empresa moçambicana Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) quer expandir a base de negócios, revela a companhia.
A HCB apontou o destino que pretende dar ao resultado da venda da suas ações, em conferência de imprensa sobre os pormenores da operação de colocação de 7,5% das participações do Estado moçambicano no empreendimento, anunciada na segunda-feira pelo chefe de Estado moçambicano.
"Haverá várias aplicações para o valor, sendo a prioridade imediata a reposição e modernização do aparelho electro-produtor existente", declarou o administrador financeiro da HCB, Manuel Gameiro.
O equipamento da HCB está em uso há 40 anos e carece de substituição ou reforço e o produto da venda das ações será usado para esse fim, acrescentou Manuel Gameiro.
A HCB prevê colocar 7,5% de ações na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) dentro de quatro a cinco meses, antecipando uma grande procura dos títulos, devido à robustez da empresa, anunciou hoje a companhia.
"Há um conjunto de requisitos legais, económicos e de mercado que tornam difícil ou prematuro nesta fase apontar uma data exata, mas o que nós estamos a estimar, com base em processos similares, é que dure cerca de quatro a cinco meses", afirmou o administrador financeiro da HCB, Manuel Gameiro.
Manuel Gameiro declarou que a empresa espera uma grande procura das ações da HCB, devido à solidez financeira e potencial de crescimento da empresa.
"A HCB, neste momento, é uma empresa, no setor de energia, única, com um balanço robusto, é uma empresa com rendimentos financeiros positivos e, de forma constante, de ano para ano, é uma empresa com um balanço praticamente livre [de dívidas]", assinalou Manuel Gameiro.
Questionado sobre o valor que a HCB espera encaixar, Manuel Gameiro afirmou ser prematuro avançar com uma indicação nesse sentido, uma vez que decorre uma avaliação.
"Neste momento, estamos na primeira parte etapa deste processo, que é a estruturação da operação, onde vamos determinar os preços e as condições de alocação das ações", sublinhou o administrador-financeiro da HCB.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou na segunda-feira que o Estado moçambicano vai vender 7,5% dos 92,5% que detém na BVM, para permitir a entra de moçambicanos no empreendimento.
Com a venda, o Estado moçambicano passará a deter 85% do capital da barragem, continuando a portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) com 7,5% do capital.