
Artur Machado / Global Imagens
Depois da polémica, José de Matos, o presidente executivo da CGD, escreveu uma carta ao chefe do governo, onde explica a situação económica do banco e as razões para ainda não ter devolvido o dinheiro emprestado pelo Estado.
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O conteúdo da carta não foi revelado, apenas se sabe que apesar de levar a assinatura de José de Matos, o documento terá merecido o apoio de vários administradores do banco e que pretende responder aos reparos do primeiro-ministro.
Pedro Passos Coelho, em duas ocasiões nos últimos dias, lamentou que a Caixa, ao contrário dos outros bancos comerciais a operar em Portugal, não tenha ainda devolvido o dinheiro emprestado pelo Estado para operações de recapitalização. Primeiro, numa iniciativa do PSD, o primeiro-ministro deixou escapar que estava preocupado por a Caixa não ter devolvido nenhuma parte dos pouco mais de mil e seiscentos milhões de euros emprestados. Depois, no Bombarral, na Feira da Pera Rocha, Passos Coelho disse que não era uma crítica, mas uma constatação, que a CGD não devolveu o dinheiro e estava por isso a pagar juros demasiado elevados.
Nos dois momentos, Passos Coelho recusou associar as declarações a quaisquer juízos críticos sobre a administração do banco público, ou a um processo de privatização, indiciados por comentários dos partidos da oposição.
Nas duas ocasiões a TSF pediu à Caixa, através do gabinete de comunicação que esclarecesse as dúvidas levantadas pelo primeiro ministro, ou que as comentasse. Nos dois momentos, o gabinete de comunicação respondeu que nada seria dito sobre o caso.
A ministra das Finanças, que tutela a participação acionista do Estado no banco público, nunca se pronunciou sobre o caso.