O aumento médio de 15% do tarifário leva o vereador da Mobilidade da autarquia de Lisboa a criticar o Governo por fazer derrapar os esforços para promover o uso dos transportes públicos.
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Para Fernando Nunes da Silva, os bilhetes e os passes sociais mais caros significam uma regressão na promoção do uso dos transportes públicos quando cada vez mais a população, por razões económicas, opta por não se deslocar no carro particular.
«Numa altura em que, por questões financeiras, as pessoas estão a optar pelo transportes colectivo, o Governo entende que a única forma de reduzir os défices das empresas de transportes é aumentar os preços e reduzir as ofertas», criticou à TSF o vereador de Mobilidade da autarquia de Lisboa.
Por seu turno, o especialista em Transportes, José Manuel Viegas, sustenta que o aumento do preço dos bilhetes dos transportes colectivos é incontornável e que a alternativa não deve ser o uso do carro particular.
«De uma maneira geral, temos tido preço de transportes demasiados baixos. As pessoas têm gasto menos dinheiro em transportes», disse à TSF, acrescentando que o «aumento à resposta dos transportes públicos não pode ser o uso dos automóveis particulares».
«As pessoas têm de pagar uma maior parte do que é o custo do transporte», conclui.
O Governo fixou em 15 por cento o aumento médio nos preços praticados para os títulos dos transportes rodoviários urbanos de Lisboa e do Porto, para os transportes ferroviários até 50 quilómetros e para os transportes fluviais.