O presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, afirmou hoje que a reforma no setor das águas «é inaceitável» e vai «agravar» as tarifas pagas pelos munícipes, admitindo avançar com ações judiciais para tentar travar o processo.
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O Governo concluiu hoje a reforma do setor das águas, que passa, segundo o executivo, por «um fortíssimo emagrecimento» do grupo Águas de Portugal, com a agregação de 19 empresas regionais em cinco entidades e com a redução de custos em 2.700 milhões de euros.
«Esta decisão é inaceitável. O Governo, que está em fim de linha, quer à pressa condicionar o futuro dos municípios para os próximos anos», afirmou à agência Lusa o autarca comunista.
Bernardino Soares acusou a tutela de ignorar a posição dos municípios e alertou para os aumentos nas tarifas da água que se irão verificar na sequência desta reforma.
«A subida prevista para os próximos cinco anos é de mais de 14% no caso das águas residuais e de 24% na água para consumo. O que o Governo pretende é abrir o caminho para a privatização», acusou.
Nesse sentido, o presidente da Câmara de Loures admitiu que os municípios servidos pelo sistema Simtejo (Saneamento Integrado dos Municípios do Tejo) poderão avançar com ações judiciais para tentar travar o processo.
«Há questões judicias complexas. O Governo está a extinguir por decreto uma empresa sem que os seus acionistas o tenham determinado e a querer integrá-los à força num sistema no qual não tomámos a decisão de entrar», apontou.
O município de Loures está atualmente integrado no sistema de águas Simtejo, do qual fazem parte também os municípios de Lisboa, Odivelas, Amadora, Mafra e Vila Franca de Xira