O governador do Banco de Portugal diz que o agravamento é superior a mil milhões de euros. A avaliação de Carlos Costa foi feita durante o inquérito dos eurodeputados que investigam a intervenção da 'troika' e que na semana passada estiveram em Lisboa.
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O jornal eletrónico Dinheiro Vivo conta que na conversa que manteve com os parlamentares europeus o governador do banco central apontou as empresas de transportes como os casos mais graves, considerando que foram vítimas de um plano de ajuda financeira mal desenhado.
Na Refer o endividamento é superior a 7 mil milhões de euros. Na Metro de Lisboa está acima dos 4,5 mil milhões e na Estradas de Portugal, a terceira mais envididada, é de 3,5 mil milhões.
As empresas de transportes lideram a lista das mais endividadas. No conjunto, o setor empresarial do Estado apresenta uma dívida de 47 mil milhões de euros. Comparativamente ao mês de Março de 2011, subiu 1,4 por cento e equivale agora 28,4 por cento do PIB.
Os números foram apresentados por Carlos Costa e estão citados no jornal eletrónico Dinheiro Vivo. Aos eurodeputados que estão a investigar a intervenção financeira em Portugal, o governador do banco central indicou que a dívida das empresas públicas subiu 1,1 mil milhões de euros entre o final de 2012 e o final de Outubro de 2013 e mais de 565 milhões desde que a troika aterrou no país.
No arranque do programa de assistência, o valor ainda chegou a recuar, mas no ano passado descarrilou, à medida que o Estado foi reconhecendo e englobando novas dívidas no âmbito da reestruturação das empresas e dos cortes nas transferências correntes.
Olhando para estes números, Carlos Costa diz que o problema tem origem num plano de ajuda mal desenhado. O governador do Banco de Portugal diz que o documento, feito à pressa, não inclui uma linha de garantias financeiras às empresas públicas, à semelhança do que aconteceu com os bancos, que tiveram à disposição uma ajuda de 12 mil milhões de euros.
Com a crise e sujeitas a um severo stress financeiro, as empresas mais problemáticas tiveram mesmo de ser financiadas pelo Tesouro, expondo assim o Estado ao deslizamento da dívida.
A avaliação do governador do Banco de Portugal é conhecida, na manhã, em que em Estrasburgo é apresentado o relatório preliminar dos eurodeputados que estão a avaliar a atuação da 'troika' nos paises intervencionados, entre eles Portugal.