O desemprego é uma herança dos desequilíbrios estruturais da economia portuguesa e teria aumentado mesmo com caminhos alternativos aos adotados pelo atual Governo, afirmou Carlos Moedas.
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O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro rejeitou, assim, que o aumento do desemprego seja uma consequência da aplicação do programa acordado com a 'troika'.
«Não estamos a criar um problema de 19% de desemprego. O problema de desemprego em Portugal é estrutural e já vem de longe. Poderíamos ter ido por outros caminhos (no programa de ajustamento), mas o desemprego estaria sempre lá porque estávamos numa situação de tal ordem difícil, que tivemos que pedir ajuda aos nossos credores», disse.
«Quando as economias estão desequilibradas para a equilibrarmos há desemprego que é criado. Infelizmente. Se tivermos uma solução mágica para o fazer de outra maneira sem desemprego usá-la-íamos», considerou.
O secretário de Estado falava aos jornalistas à margem de uma intervenção em Madrid num pequeno-almoço informativo, organizado pelo Nueva Economia Fórum, no qual defendeu as políticas adotadas pelo Governo e deu conta dos resultados da última avaliação da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
Referindo-se aos resultados desse avaliação, Moedas disse que a 'troika' reconheceu a capacidade de cumprimento do Governo, o que permitiu conseguir mais flexibilidade nos prazos para cumprimento das metas de défice.