O presidente do banco britânico Lloyds, Horta Osório, considera que a que a situação a que chegou o Banif é "chocante" e é um assunto que tem de ser "devidamente explicado" através de uma auditoria externa.
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"Acho que é um assunto chocante e que tem de ser devidamente explicado", afirmou Horta Osório, em declarações aos jornalistas à margem do Conselho da Diáspora, que decorreu no Palácio da Cidadela, em Cascais.
Lembrando que se sabia que o banco estava fragilizado há uns anos e que recorreu à ajuda de uma linha europeia no valor de menos de mil milhões, Horta Osório defendeu ser necessário perceber porque agora se chegou à conclusão que os contribuintes têm de injetar mais do dobro desse montante no banco, num total de 3 mil milhões de euros, ou seja, "mais de mil euros por cada família portuguesa".
"Acho que tendo o banco recorrido a cerca de mil milhões de euros há dois anos e agora ser injetado mais do dobro desse valor, este valor é demasiado para não ter um apuramento claríssimo das responsabilidades", enfatizou.
E acrescentou: ou o valor que foi injetado há uns anos não estava correto ou então "tem que se perceber o que nestes poucos anos aconteceu".
"Acho que deve ser feita uma auditoria independente que mostre aos contribuintes portugueses exatamente que negócios é que foram feitos, que originaram esta injeção da capital no banco, que créditos é que foram concedidos que não foram pagos, porque agora que o mal está feito acho que os contribuintes merecem saber com exatidão e transparência exatamente", defendeu.