O Presidente da República defende que a desvalorização da moeda Euro tornaria os países da Zona Euro mais competitivos.
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O Presidente da República, Cavaco Silva, disse que «gostaria que o Euro fosse mais fraco para que os países da Zona Euro fossem mais competitivos», defendendo que «o Dólar se valorizasse um pouco mais» em relação à moeda europeia.
Em declarações aos jornalistas no final de uma visita a Caminha, o Presidente da República salientou algo «um pouco irónico» uma vez que se fala «muito da crise da Zona Euro mas o Euro é a moeda mais forte de todo o mundo», afirmando que gostaria que este «fosse mais fraco para que os países da Zona Euro fossem mais competitivos».
«Quando o Euro começou, um euro valia 1,16 dólares; depois baixou e chegou a valer apenas 0,82 dólares e agora um euro é um 1,42 ou 1,43 dólares e portanto é a moeda mais forte de todo o mundo», explicou.
Cavaco Silva explicou que isto é uma «relação entre a procura e a oferta» porque «para uma moeda se valorizar, é porque há uma procura mais forte do que a sua oferta».
«Eu até gostaria que o dólar se valorizasse um pouco mais em relação ao euro para que a nossa indústria e o nosso comércio fossem mais competitivos», reforçou.
Para o Presidente da República, «isto mostra bem que nem sempre se percebe a solidez deste projecto quando se fala que ele pode desmoronar de um dia para o outro».
«Pelos vistos, os investidores no mundo inteiro acham que é uma moeda muito forte que vale a pena comprar», sublinhou.
Questionado pelos jornalistas se esta era a resposta ao Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, que sexta-feira afirmou que o seu país não era «nem a Grécia nem Portugal», Cavaco Silva foi perentório: «Não sei se ele está com alguma dificuldade em demarcar-se de Portugal. Mas esse é um problema dele, não é um problema nosso».
Contactado pela TSF, o ministério das Finanças «não comenta declarações de outros órgãos de soberania».